A Recuperação existe e é Real

Quem ainda não acredita que a dependência química, também chamada de adicção, é uma doença cujo uso de drogas é apenas um dos sintomas aparentes e que para viver em recuperação são necessárias profundas mudanças físicas, mentais e espirituais, a coluna “Sobriedade”, edição de outubro da “RevistAE”, que acaba de chegar na sede da ASSAE (Associação São Sebastião de Amor-Exigente) traz o relato real sobre a decisão de querer parar e começar de novo. Quem conta é Fabio Magalhães, coordenador da regional Serra Negra, no interior de São Paulo. “Há 22 anos, luto, incansavelmente não contra as drogas, mas sim contra a doença da química. E essa luta é para entender os mecanismos dessa doença que aprisiona não só o corpo físico, mas a mente e a alma”, diz ele.

Fábio diz que durante esse tempo tem aprendido que a luta se torna mais igualitária quando passa a conhecer como ela nos atinge e de que forma fica mais vulnerável. De acordo com ele, antes, quando usava drogas, mas já sem prazer, e sim por vicio, queria parar mais não sabia como sendo que a vontade do corpo físico falava mais alto, associado a ela, seus comportamentos destrutivos acabavam por contribuir ainda mais com a sua convulsividade. “Hoje, depois de alguns anos, vejo que o “vigiai e orai” continuam sendo, além do conhecimento, as maiores fontes de sustentação da recuperação”, acredita.

Magalhães também ensina que para se manter em sobriedade, são necessários alguns fatores de proteção. São eles:

– Ter um grupo de apoio: Pois o grupo, segundo Fabio, ajuda a lembrar de quem sou, o que fui e o mais importante: sonhar com um futuro melhor

– Ter uma religião de escolha, qualquer que seja: A religião me liga a um Poder Superior, que me faz lembrar que sou limitado, que não tenho a força que imaginava ter, que posso socorrer a ele, pedindo ajuda, apoio e força para transformar minha vida

– Praticar a caridade: Não somente aquela que alimenta os irmãos fisicamente, mas principalmente aquela caridade que nos mostra como podemos ser úteis, mesmo com nossas limitações, o quanto nossa vida pode ser mais bonita de ser vivida, quando praticamos o amor ao próximo, e principalmente a nós mesmos

– Tentar ajudar outras pessoas a se livrarem do uso: Pois tudo que recebi, tenho o dever de dividir com meus irmãos, para que a recuperação não fique apenas nos livros empoeirados, mas sim na oportunidade de poder compartilhar a alegria de estar limpo, com aqueles que buscam, assim como nós, encontrarem o caminho da salvação.

O coordenador lembra ainda que a recuperação precisa ser trabalhada. “Recuperação, por mais que tenha vontade de parar, não é para qualquer um, é para aqueles que se dedicam, que muitas vezes deixam de lado suas vidas em prol do outro. Recuperação é para sempre, e não existe caminho melhor do que aquele que nos leva a nós mesmos”.

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